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quinta-feira, 26 de maio de 2011

A PESSOA HUMANA NA ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA


            Afinal,
[...somos capazes de analisar, compreender e discutir as influências da sociedade atual em nossas vidas e a maneira de como construir uma nova forma de agir com nosso próprio eu, com os outros e com o mundo em que vivermos...] (Ceuclar, guia de disciplina de antologia teológica,Batatais,2010).

            Será?
            Estamos preparados para a divina e difícil experiência de conhecer o nosso Eu interior?
            Estaremos , nós, conectados, após esta analise, ao mundo e aos nossos preceitos, desejos e decisões?        
            São pequenas questões como estas que a Antropologia Teológica nos auxilia e nos permite galgar o caminho do conhecimento e do autoconhecimento, para que, possamos ir de encontro às nossas reais realizações.
 Eis que surgem então novas e profundas indagações como:
[... 1ª) O que eu posso saber? 2ª)  O que devo fazer?3ª) O que posso esperar? 4ª) O que é o homem?...] (Kant, I, Lógica.25A)
         O homem, na antropologia teológica é a representação do todo, ou seja, um ser indivisível e pleno, com capacidade de aprender e compreender sobre si próprio e sobre o mundo que o cerca.
      Através da história, grandes pensadores como Aristóteles, Platão, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino criaram suas teses sobre o “ser homem”.
      A pauta estendeu-se aos campos da metafísica, da moral e da religião, em busca de uma ou várias respostas plausíveis e coerentes.
      Podemos então perceber a complexidade do homem a fim de transcender em uma utópica viagem ao seu interior e, se possível, resgatar tantas lacunas de pensamento quantas forem suas dúvidas.
      A conclusão mais próxima  fora que o homem é o Eu, o Mundo, Deus  e o Outro.
 Sendo denominado todo, o homem compreende três dimensões para existir que são: a física ou também chamada de biológica, a psicológica ou somática e a transcendente ou espiritual.
Os pontos de vista acerca deste são quatro, e, referem-se oi ponto de vista da Natureza, onde o homem fora concebido através do cosmos. O ponto de vista de Deus, onde fora concebido como sua imagem e semelhança. O ponto de vista do Eu, onde fora concebido na autoconsciência e ainda, o ponto de vista do Outro, onde fora concebido como um ser dialógico.
Sua dimensão física ou biológica está voltada à matéria. É, por intermédio do corpo que o homem se representa e interage com os outros seres vivos e com todo o mundo em que vive.
            Seu estereótipo é correspondente ao círculo da sociedade em que convive, sendo, muitas vezes, vítima do mesmo e esquecendo-se de suas próprias características para se transformar em apenas uma “casca imposta por essa sociedade”.
         A dimensão psicológica ou somática, diz respeito à alma. É a alma que dá a vida ao indivíduo.                    
            A alma é a sua substância, a sua essência, o que faz sentir que é um ser único e não duplicável.
            Cada um entra só entra em contato com a sua essência através de si próprio, por sua autoconsciência. Ele subsiste em seu espírito.
            A dimensão transcendente está intimamente ligada à psicológica, onde, liga o espírito do homem ao infinito.

Graças à sua subsistência  na ordem do espírito, o homem é, ao mesmo tempo, um ser fechado em si mesmo, enquanto subsistente, e extremamente aberto e excêntrico enquanto é espírito. Enquanto espírito goza de uma abertura sem limites, infinita.(MODIN,B. Definição filosófica da pessoa humana. EDUSC, Bauru, 1995 p.26)



            Quando em comunhão com a transcendência, o homem torna-se pleno, porém, quando ocorre de viver de forma antagônica a isso, mostra-se escravizado pelo mundo.
A  afirmativa neste título nos mostra que o homem é um ser complexo. Podemos  dizer isso, pois está relacionado com seu interior e seu exterior.
            Como dito anteriormente, o seu próprio Eu está conectado com seu próximo, com o mundo e com Deus.
Partindo do princípio ontológico que Deus nos criou a sua imagem e semelhança, podemos referi-lhe
como um ser único ou trino, como Santo Agostinho nos mostra na Santíssima Trindade Divina: “O
homem é espelho do Pai na memória, do Filho na inteligência, e do Espírito  no amor”. (MODIN, B.
Definição filosófica da pessoa humana. EDUSC, Bauru, 1995 p.37).        
           
         Cada cultura, cada contexto, nos coloca uma nova ou antiga visão e versão sobre o indivíduo humano, chamado como pessoa.
            É o único ser vivo capaz de raciocinar, refletir, agir e interagir de acordo com os princípios da ética e da moral.
            Tentam delimitar onde é matéria, onde é espírito; onde é inteligência e até qual ponto é sabedoria; onde é um ser finito e onde é infinito.
            O fato primordial é que, ninguém e nada podem traduzir o que é o homem a não ser ele mesmo.
            Vai além ou aquém de nossa compreensão. É um ser vivo, único e  inenarrável; concreto e abstrato; íntegro e falho.

Ousadamente, ainda cito: “ O homem é a glória de Deus no universo, e o é, tanto objetivamente,
como a mais bela de todas as criaturas, como subjetivamente,enquanto cabe a ele dar glória ao
Senhor”. (MODIN, B. Definição filosófica da pessoa humana. EDUSC, Bauru, 1995 p.48).



BIBLIOGRAFIA:
BOCK, A. M.B.;FURTADO, Odair; TEIXEIRA,Maria de L. T. P. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo. Saraiva, 2005.
DELL PRETTE, A.; DELL PRETTE, Z. A.P. Psicologia das relações interpessoais: vivências para o trabalho em grupo. Petrópolis: Vozes, 2007.
KANT, I. Lógica. In: MODIN, B. Definição filosófica da pessoa humana. EDUSC, Bauru, 1995 )
MODIN, B. Definição filosófica da pessoa humana. EDUSC, Bauru, 1995
PIVA, Sergio Ibanor. A pessoa: uma análise. Batatais: União das Faculdades Claretianas, 1995.



 Bia Fernandes


2 comentários:

  1. Comentário enviado por Hamilcar via email:

    Bia,
    Levei algum tempo para absorver sua mensagem, um tanto polêmica mas muito interessante, digna de um ser pensante!
    Assim, meu entendimento sobre a matéria postada me leva a concluir que, o homem é um ser pensante e toma contato com o seu intrínseco e extrínseco, transformando-o se necessário for.
    Assim, ele transcende os limites impostos pelo seu corpo e cria realidades novas, recria-se e se projeta no futuro em busca da razão. É um ser inventivo, faz coisas de maneira determinada, e é por isso que a memória do passado é tão importante para esse ser racional. Saindo do meio material, encara a morte e se projeta no mundo espiritual, sabe que é um ser finito que tem começo, meio e fim, e sabe que o fim é a morte da matéria corpo.
    Desta forma, o que o mantém lúcido para ir além da sua limitação pela matéria, é a crença na existência de Deus e de uma vida digna após a morte, portanto é um ser pensante, religioso e espiritual.
    Enfim o homem semelhança de Deus é um ser criativo capaz de superar todos os limites e que ultrapassando dia após dia sua própria evolução , construiu a máquina e vive num mundo de correria incessante! Agora mais do que nunca fechado entre quatro paredes num vazio imenso. Portanto, acreditando no homem mas vendo que tudo tem uma limitação, finalizo este meu comentário com o seguinte pensamento de Charles Chaplin:
    " PENSAMOS DEMASIADAMENTE, SENTIMOS MUITO POUCO, NECESSITAMOS MAIS DE HUMILDADE DO QUE DE MÁQUINAS, MAIS DE BONDADE E TERNURA QUE DE INTELIGÊNCIA, SEM ISSO A VIDA SE TORNARÁ VIOLENTA E TUDO SE PERDERÁ ".
    Hamilcar - 27/05/2011.

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  2. Bia, por favor me perdoe caso eu esteja sento inoportuno, mas sinto a necessidade de me manifestar sob uma visão não-religiosa.

    Acredito que as três dimensões humanas apontadas (física, psicológica e transcendente) poderiam ser renomeadas para física, psicológica e moral.

    Na minha opinião, a principal função da espiritualidade na sociedade é introduzir a ética, nos dando uma linha correta a seguir e deixando claro que existirão consequências caso não as respeitemos. O problema do dogma da retribuição é que ele é limítrofe, pois não considera os códigos morais em indivíduos não religiosos. É difícil para religiosos entenderem que minha índole é definida pelo caráter, e não por ser temente a Deus.
    Em diversos debates, eu me encontro explicando que eu não mataria alguém, mesmo acreditando que não vou ter consequências eternas pelo ato; eu não mataria pelos valores éticos e morais que possuo, ensinados pela noção de respeito que me foi passada desde bebê.

    Eu também não me sinto pleno quando vivo a transcendência; me sinto pleno quando consigo demonstrar meus valores morais. Ajudar alguém, por exemplo, me deixa extasiado por dias.

    Por isso escrevo aqui, defendo que valores morais são a experiência divina para não-religiosos, e me parece mais oportuno enxergar sobre esta ótica.

    Novamente peço desculpas pela intromissão, e parabéns pelo texto :-)

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